No “sufoco” Santos elimina Vélez e vai à semifinal da Libertadores

galomonteirense | sexta-feira, maio 25, 2012 |

Emoção, expulsão, tensão e pênaltis. Com todos os ingredientes de um jogo de Copa Libertadores, nesta quinta-feira, o Santos venceu o Vélez Sarsfield (ARG) por 4 a 2 nas penalidades, após vitória no tempo normal por 1 a 0, e garantiu uma vaga na semifinal da competição continental.

Nem o status de atual campeão ou o talento de Neymar, no entanto, garantiram uma noite tranquila na Vila Belmiro. Lotado, com mais de 13 mil pagantes, o estádio assistiu a mais uma das emocionantes partidas desta semana e, felizmente para os presentes, alimentou ainda mais o sonho do tetra do Peixe.

O herói da noite foi improvável: Léo, reserva no início da partida, veterano e ídolo da torcida, conseguiu superar suas limitações físicas: deu assistência para o gol de Alan Kardec no tempo normal e ainda bateu o pênalti derradeiro, que colocou o Peixe na semifinal.

E se o duelo das quartas de final já foi complicado, a semifinal tem tudo para ser ainda mais difícil, emocionante e histórica para o Peixe. O adversário será nada menos que o Corinthians, seu grande rival.
E o jogo começou antes mesmo de a bola rolar. Quando o sol ainda batia na areia das praias de Santos, o assessor do Vélez resolveu fazer piada. Postou no Twitter uma mensagem ironizando o enterro de Chico Formiga, ex-técnico santista.

Depois, o funcionário do clube argentino pediu desculpas. Mas era tarde demais. A piada de péssimo gosto invocou os craques santistas: a vingança chegaria.

E, se a vingança é um prato que se come cru, o Peixe fez jus ao ditado popular. Apesar de uma chance logo no primeiro minuto, em cabeçada de Edu Dracena, o gol demorou para sair. E, aquilo que era uma linda festa da torcida, virou um mar branco de tensão e nervosismo.

A cada minuto que passava, olhos arregalados no grande duelo do jogo: Neymar x Peruzzi. O craque santista, assim que tocava na bola, encontrava o mesmo defensor argentino. O camisa 4 do Vélez, para desespero dos santistas, era implacável, e o camisa 11 do Santos, pouco criava.

Com a sua principal arma neutralizada, o Peixe tentava encontrar alternativas para tentar assustar os argentinos. Na primeira etapa, por incrível que pareça, um dos jogadores mais avançados do Peixe era o lateral Juan. Mas, sem o cacoete de atacante, o camisa 16 passou a irritar a torcida.

O nervosismo dos fãs com o jogo era evidente. E prejudicial. Quando o goleiro Rafael se posicionava para bater o tiro de meta, os torcedores exigiam reposição rápida. E a pressa, inimiga da perfeição, passou a atrapalhar a equipe santista.

Mas quando o jogo era mais nervoso e a equipe santista parecia longe de levar perigo, Elano deu lançamento longo para Neymar. Quando, enfim, o camisa 11 saiu da marcação de Peruzzi, ficou de cara com o goleiro, deu um drible e foi derrubado, ainda fora da área. Resultado: goleiro expulso.

Na cobrança da falta, Elano isolou. Mas, o breve momento em que Neymar venceu Peruzzi já havia dado frutos ao Santos: a notícia de que, durante todo o segundo tempo, teria um homem a mais para tentar a pressão sobre o Vélez.

ISSO É LIBERTADORES!
E a segunda etapa, além da emoção, mostrou logo de início que traria muitas chances de gol para o Santos. Só nos primeiros minutos, Adriano e Elano quase marcaram.

Mas o Vélez não deixava por menos. Nos contra-ataques, os argentinos levavam perigo e pareciam que, a qualquer momento, colocariam o Peixe em maus lençóis. Se marcassem, obrigariam os santistas a marcar três vezes para passar à próxima fase.

E Cabral, com um chute da altura do círculo central, quase fez história na Vila Belmiro. Mais de 50 metros longe do gol, obrigou Rafael a espalmar  bola muito difícil e salvar o Peixe de um desastre.

Por volta dos 20 minutos, o Santos conseguiu, enfim, emplacar a pressão. Mas o Vélez, como podia, se segurava. Tirando forças até de onde não tinha, o time argentino lutava contra os craques do Peixe e contra a torcida.

E a superioridade que o caldeirão da Vila forneceu ao Peixe deu resultado aos 32 minutos da segunda etapa. Com uma assistência do ídolo Léo, após tabela com Ganso, o atacante Alan Kardec chutou colocado para abrir o placar e levar a torcida ao delírio.

Mas o gol não garantiu minutos tranquilos ao Santos. Lutando por mais um gol para evitar a disputa por pênaltis, o estádio teve 15 minutos de êxtase e apreensão até o juiz apitar o final de jogo e decretar as penalidades.

NOS PÊNALTIS, RAFAEL BRILHA E LÉO DECIDE
Nas duas primeiras cobranças, Martinez e Alan Kardec (nesta ordem) marcaram suas cobranças e, com o erro de Canteros, o Santos passou na frente do placar. Ganso anotou o seu, Rafael pegou o pênalti de Papa, Elano jogou longe sua "zica" nas penalidades e, enfim, Léo, iluminado, empurrou para a rede a bola que decidiu o jogo. Deu Peixe!

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