Coronel da PM afirma que diretoria do Campinense descumpriu acordo e arriscou vidas no jogo de domingo

galomonteirense | terça-feira, maio 08, 2012 |

Na tarde do último domingo (06), foi realizada no estádio “O Amigão” a partida entre Campinense e Sousa, válida pela final da segunda fase do Paraibano 2012. Na ocasião, o Sousa saiu vitorioso pelo placar de 2 a 0.

Para o confronto era esperado um grande número de torcedores do Campinense, já que a partida podia ser a última do campeonato. Então foi combinado entre as autoridades competentes e a diretoria do clube que a arquibancada geral seria dividida meio a meio entre torcedores da Raposa e do time visitante.

O número de torcedores que havia sido liberado pelo Ministério Público, junto com a Polícia Militar para o local, seria entre três mil pessoas, o que na verdade não ocorreu. Visivelmente poderia se contar uma média de seis a sete mil torcedores.

O Tenente Coronel Sousa Neto, confirmou que havia acordado anteriormente com o presidente do Campinense, William Simões, que não poderia exceder  o número determinado de torcedores, para que os mesmos não sofressem problemas de super lotação nas arquibancadas e pusessem em risco suas vidas.

O acordo não foi cumprido pela diretoria do clube, que no intervalo da partida confirmava ao Coronel que o número de ingressos vendidos chegavam a sete mil, excedendo o combinado em mais que o dobro.

Ainda de acordo com a autoridade esta não é a primeira vez que isto ocorre por parte de dirigentes dos clubes de Campina Grande, porém será a última.

“Os diretores às vezes brincam com a PM e não vai mais ficar assim! Essa foi à última vez que isto aconteceu. O número de ingressos acordado foi um, e eles venderam outro, colocando em risco todo o planejamento da PM e do MP, no entanto, mais grave que prejudicar o nosso planejamento é estar colocando em risco a vida dos torcedores com números acima do permitido", afirmou Sousa Neto.

Sousa Neto ainda enfatizou estar cumprindo os parâmetros que lhe permite a lei, usando de bom senso com os principais interessados, que são os torcedores. Pela grandeza do espetáculo, a média de policiais determinados para o jogo deste domingo foi o mesmo designados ao “Clássico dos Maiorais”, ou seja, 300 homens espalhados pelo estádio, divididos em categorias desde a Cavalaria ao Corpo de Bombeiros.

Por conta da surpresa no número de torcedores que chegava ao estádio e se espremia na metade rubro negra, o Coronel Sousa Neto determinou que a geral fosse liberada em mais uma parte para a torcida da casa, fora do planejamento inicial.

A situação estava insuportável, com pessoas passando mal por conta da superlotação, fruto da desobediência ao que fora determinado.  Não havia espaço para sequer, o socorro médico chegar ou mesmo os policiais terem condições de executar seu trabalho em caso de confusões típicas de um jogo valendo a taça de campeão.

Mas os torcedores da equipe do Sousa tinham direito a ocupar a outra parte da geral, e o Coronel teve de fazer uma rápida “negociação” com o jogo em andamento, para que tudo ficasse a contento para as torcidas.

Os cerca de quarenta torcedores do time sertanejo presentes foram conduzidos às cadeiras cativas por dentro do estádio, em uma cena inusitada, com muitos polícias fazendo escolta de um lado a outro do Amigão. Assim os Rubros Negros puderam ocupar todo o espaço da geral, que ficou praticamente lotada.

“No jogo do Treze com o Sousa não foi diferente, pelo contrário, foi do mesmo jeito, nós dividimos a geral ao meio. Nós nos preocupamos exclusivamente com a segurança pública. Até digo mais, se fosse o caso de ter um problema muito mais sério, eu abriria os portões e todos entrariam de graça para o bom andamento do direito do torcedor e da segurança publica, não tenho que admitir outro procedimento por parte nenhum dos diretores”, concluiu Sousa Neto.

Em tempo:
Alguns torcedores da Raposa passaram mal e tiveram que receber assistência, enquanto o Coronel Sousa Neto executava a ação de transferência do sousenses e liberação total da arquibancada geral.

A liberação inicial, de mais 25% assim que o problema foi detectado, foi feita utilizando como divisória  um “cordão” de policiais, de forma emergencial. Isto, no entanto, não foi suficiente, provando que realmente a diretoria do Campinense vendeu ingresso fora do acertado.

Em tempo 2:
E se a torcida do Sousa tivesse comparecido em grande número, que o Coronel não tivesse como adequar a situação?

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